MÁRIO GARCIA, MONITOR DO ANGRA IATE CLUBE
Jetski não é
desporto de elite
Arranca no próximo sábado, em termos práticos, a Escola de Jetski do Angra Iate Clube. Quais são as vossas expectativas?
Para já, são as melhores. Trata-se de um projeto que abraçámos de corpo e alma e que, como tal, foi devidamente estruturado. A primeira aula teórica está marcada para sábado, às 14:00, na sede do clube, sita ao Porto das Pipas. A segurança e a máquina serão os temas abordados. Contamos com 26 alunos, de ambos os sexos, entre os oito e os 17 anos de idade, número que, convenhamos, excedeu as nossas melhores expectativas. As aulas teóricas vão decorrer na sede do Angra Iate Clube e as práticas, pelo menos nesta primeira fase, na baía da Prainha. A escola funciona aos sábados e domingos, entre as 14:00 e as 16:00.
O excesso de procura poderá, essencialmente nos primeiros tempos, criar dificuldades logísticas?
Reconheço que é uma situação que nos poderá criar alguns embaraços, atendendo a que ainda não temos o material necessário para corresponder na plenitude a uma procura tão elevada. No entanto, vamos, com certeza, fazer o melhor possível, dando prioridade absoluta à segurança dos alunos e à qualidade do trabalho. Segundo as exigências federativas, a escola terá de funcionar, no mínimo, oito meses por ano. Nesta fase, contamos com três elementos: a Mónica Garcia, responsável administrativa pela escola e que dará também uma ajuda no terreno; eu, enquanto monitor; e o António Silva, treinador credenciado pela Federação Portuguesa de Jetski.
Sendo o jetski considerado quase como um desporto de elite, como é que se explica tamanha adesão à escola do Angra Iate Clube?
Julgo que é importante desmistificar essa ideia, pois o jetski não é, nem de longe nem de perto, um desporto de elite. Aliás, basta atentar que albergamos sete miúdos da Irmandade de Nossa Senhora do Livramento e alunos provenientes de todos os extratos sociais. É um desporto que comporta alguns encargos, mas o mesmo acontece com todos os outros. Graças à disponibilidade da Federação Portuguesa de Jetski (que nos cedeu uma máquina e uma segunda pode estar a caminho), Associação de Jetski e Motonáutica dos Açores, Angra Iate Clube, entidades oficiais e privadas, é com orgulho que podemos dizer que a escola funciona sem qualquer encargo para os alunos, os quais ainda ficam com direito à respetiva licença federativa e seguro desportivo.
É provável que apareçam escolas de jetski um pouco por todas as ilhas nos próximos tempos?
É este o objetivo da Associação Regional, sendo garantido que o surgimento de qualquer escola terá o apoio incondicional da Federação. A escola do Angra Iate Clube é a segunda nos Açores, juntando-se, assim, à do Clube Naval de Ponta Delgada. As escolas funcionam numa mescla de lazer e competição, embora o desiderato primordial seja formar pilotos, levando em linha de conta, por exemplo, que não se pode participar no nacional sem fazer o regional. Acreditamos que o jetski tem uma margem de evolução muito grande no arquipélago e é nesta perspetiva que estamos a trabalhar, dando uma atenção especial à formação.
Fonte: Diário Insular (www.diarioinsular.com)
